RESUMO
O presente estudo analisou o impacto da
implantação do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) na empresa PPC e
como ela se preparou para tais mudanças no ambiente organizacional e quais
foram os impactos na gestão empresarial e tributaria que a empresa sofreu. Os
objetivos do estudo foram: analisa as mudanças ocorridas na gestão empresarial
e tributaria destacando quais as principais mudanças e seus impactos. Este
estudo justificou-se por ser um processo novo originando várias alterações nas
gestões das empresas. A metodologia utilizada foi uma abordagem de natureza
qualitativa se enquadrando como descritiva e exploratória. Foi realizado um
estudo de caso limitado à empresa PPC e coletados dados que, analisados e
interpretados, demonstraram quais impactos ocorreram na empresa com a
implantação de tal sistema. Após o estudo, concluiu-se que o SPED gera impactos
nas mais diversas áreas com mudanças de processos e revisão das principais
atividades desenvolvidas, pela empresa.
PALAVRAS CHAVES: Empresas de Médio Porte, Gestão Empresarial,
Tributação Digital.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente,
as organizações empresariais vêm passando por várias mudanças, principalmente,
na tecnologia utilizada na empresa, que está proporcionando maior agilidade e
facilidade no desenvolvimento do trabalho dos gestores e profissionais
contábeis, de forma que os contatos sejam todos on-line. Com essas
mudanças observa a presença do fisco, usando os meios de informatização para
ter em seu poder as informações das empresar de uma forma, mas completa e mais
analítica, podendo fazer o cruzamento com as informações que já possui em seu
super computador.
Diante
do avanço da tecnologia de informação, a Constituição Brasileira abriu caminho
à modernização da gestão tributária, possibilitando a criação do Sistema
Público de Escrituração Digital (SPED) que é composto por três partes, a Nota
Fiscal Eletrônica (NF-e), a Escrituração Contábil Digital (ECD) e a
Escrituração Fiscal Digital (EFD). Essa nova informatização do fisco representa
a iniciativa da integração e a unificação das administrações tributárias nas
três esferas governamentais: federal, estadual e municipal.
Para
apresentação correta do SPED, os profissionais precisam atende vários requesitos,
como aquisição ou aprimoramento de software, adequação do cadastro de produtos
clientes, fornecedores, aquisição de certificado digital e contratação de mais
profissionais com qualificação na área. Ressalta-se ainda que com a implantação
do SPED, os contribuintes passarão as informações ao fisco por meio de um
sistema digital on-line e para as três esferas, haja vista a integração
que o referido projeto acarreta, deixando para trás os velhos formulários em
papel que era enviado para órgão municipal e estadual, e sim. Fomenta-se, desta
forma, uma maior rapidez de acesso às informações dos contribuintes,
facilitando assim, o cruzamento de dados mediante auditoria eletrônica.
Diante destas mudanças, surge a questão que
norteará esta pesquisa: Qual o impacto da implantação do SPED na gestão
empresarial e tributaria? Para responder esta questão de pesquisa, o objetivo
geral consiste em analisa as mudanças ocorridas na gestão empresarial e
tributaria.
Tendo como subsídio para o objetivo geral, os
seguintes objetivos específicos descrever as mudanças ocorridas na empresa com
a implantação do SPED, identificar as pessoas responsáveis pela implantação,
verificar quais os departamentos que foram envolvidos no processo e quais suas
parcelas de responsabilidade, avaliar quais os benefícios que a empresa obteve
com a reestruturação para a implantação do SPED.
2. CONCEITO DE EMPRESAS:
Martins (2008) afirma que a principal característica da empresa é o fim econômico, fato que justifica a Economia ser a principal interessada em seu conceito.
2.1 TIPOS DE EMPRESAS
De acordo com Chiavenato (2008), as empresas existem para produzir algo
e prestar algum serviço à sociedade. As empresas podem ser consideradas como
organizações destinadas à produção de alguma coisa. Há vários tipos de
empresas, que são divididas conforme seu ramo de atividade.
Os U.S
Department of Commerce (Departamento de Comércio dos Estados Unidos), em uma
pesquisa identificou oito setores como sendo os mais importantes, o Setor de
comercio atacadista, construção, serviços, comercio varejista, finanças,
mineração, transporte e manufatura.
E dependendo
do ramo de atividade, as empresas podem ser classificadas em industriais,
comerciais e prestadoras de serviços.
2.2 TAMANHO DAS EMPRESAS
Conforme CHIAVENATO (2008), quanto se fala do
porte das empresas são classificadas em grandes, médias e pequenas segundo
critérios como, o número de empregados, o volume de vendas, o valor dos ativos,
o volume de depósitos, governo, bancos e entidades de classe utilizam critérios
variados para classificar as empresas de acordo como o seu tamanho, para efeito
de registro, isenções, apoio técnicos, obtenção de créditos etc.
O Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas e o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social têm definições diferentes para classificar as micro e
pequenas empresas. O primeiro segue o Estatuto da Micro e Pequena Empresa e o
segundo se baseia na receita operacional bruta.
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PORTE
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Microempresa
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Pequena Empresa
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Media Empresa
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Grande Empresa
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SEBRAE
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Até 19 empregados.
Faturamento
anual até R$ 244 mil
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Até 99
empregados
Faturamento
anual de até R$ 1,2 milhão
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BNDES
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Receita
operacional
bruta anual ou
anualizada de
até R$ 1,2 milhão
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Receita
operacional
bruta anual ou
anualizada
superior a
R$ 1,2 milhão e inferior ou igual a R$ 10,5 milhões
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Receita
operacional
bruta anual ou
anualizada
superior a R$
10,5 milhões e Inferior ou igual a R$
60 milhões
|
Receita
operacional bruta anual ou
anualizada
superior a R$ 60 milhões.
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3. GESTÃO EMPRESARIAL
A gestão empresarial é a atividade empresarial que através de diferentes indivíduos especializados, tais como: diretores institucionais, consultores, produtores, gerentes, entre outros, e de ações, buscam melhorar a produtividade e a competitividade de uma empresa ou de um negócio. Porque para que uma determinada gestão seja ideal e, portanto, alcance bons resultados, ela deve corrigir os problemas que possam afetar diretamente o sucesso da empresa e procurar a ajuda de especialistas para identificar esses problemas e buscar novas soluções e estratégias, entre outras questões.
4. INSTITUIÇÃO DA TRIBUTAÇÃO
Na constituição Federal (CF), que instituiu o sistema Tributário Nacional nos artigos 145 a 162. Onde está defino as competências tributarias de cada ente político da Federação (União , Estado, Distrito Federal e Município),onde esta conceituado os princípios e normas gerais de Direito Tributário, instituindo limitações ao poder de tributar, estabelecendo a divisão da arrecadação tributaria e vinculação compulsória.
E regulamentada por normas jurídicas qualquer atividade do Estado, sendo o cidadão comum permitido fazer tudo que a lei não proíbe e a administrado publico, e permitido fazer somente o que está na lei autorizado.
Na constituição e definido quais os impostos de competência de cada ente político da Federação. Assim sendo, somente podem ser instituídos os impostos previstos no texto constitucional. Com uma exceção, referente à competência residual da União para instituir. (CF, art. 154):
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
4.1 TRIBUTO
A palavra "tributo" deriva do latim tributum, que remete para alguma coisa que é concedida ou rendida por obrigação, hábito ou necessidade. De acordo com o artigo 3º do CTN (Código Tributário Nacional).
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Além disso, o artigo 5º do CTN indica que os tributos podem ser divididos em: impostos, taxas, contribuições de melhoria.
4.2 OBRIGAÇÃO TRIBUTARIA
A obrigação tributária principal ou patrimonial, de acordo com o §1º do art. 113 do CTN, é aquela que surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. A obrigação tributária principal implica entrega de dinheiro ao Estado. Exemplos: tributo e multa.
A obrigação tributária acessória ou não-patrimonial, pelo descrito no §2º do mesmo art. 113, decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Pressupõe a realização de atos que auxiliem a Administração Tributária na fiscalização dos tributos. Exemplo: emissão de nota fiscal e declaração de imposto de renda.
A obrigação tributária principal necessariamente deve estar prevista em lei, enquanto que a obrigação tributária acessória estará prevista na legislação tributária. A obrigação tributária acessória não necessariamente estará prevista em lei, porque o termo “legislação tributária” é mais abrangente que o termo “lei”.
4.3 HIPOTESE DE INCIDÊNCIA E FATO GERADO
A hipótese de incidência, nada mais é do que uma previsão legal, necessariamente abstrata, porquanto prevista em lei, decorrente de uma formulação legislativa que tem por objetivo a descrição de uma situação relevante do ponto de vista tributário.
Para NOGUEIRA (1999) fato gerador do tributo é o conjunto dos pressupostos abstratos descritos na norma descritos e na norma de direito material, de cuja concreta realização decorre os efeitos jurídicos previstos.
4.4 SUJEITO ATIVO E PASSIVO
Segundo o art. 119 do Código Tributário Nacional define o sujeito ativo como a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação tributária.
E o Art. 121 do Código Tributário Nacional define o sujeito passivo como obrigação tributária principal é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objetos da obrigação tributária principal). Podendo ser:
· CONTRIBUINTE quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
· RESPONSÁVEL quando sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei
4.5 BASE DE CALCULO E ALIQUOTA
Base de calculo e um valor instituído pela lei e geralmente expresso em moeda corrente, sendo que sua principal função e dimensionar o fato jurídico passível de tributação e possibilitar a apuração dos valores devidos pelos contribuintes ou responsáveis.
A alíquota é o percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de cálculo para encontrar o valor de um tributo. A alíquota será um percentual quando a base de cálculo for um valor econômico, e será um valor quando a base de cálculo for uma unidade não monetária. As alíquotas em percentual são mais comuns em impostos e as alíquotas em valor ocorrem mais em tributos como empréstimo compulsório, taxas e contribuição de melhoria.
A Alíquota é um dos elementos da matriz tributária de um tributo. Assim, há a exigência de que seu valor ou percentual seja estabelecido em lei.
5. SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURACAO DIGITAL - SPED
É um super programa, dividido em várias vertentes, SPED Contábil (ECD),SPED Fiscal (EFD), Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), Central de Balanços, E-Lalur, E-Pis-Cofins e F-cont. Cada projeto possui andamento e estrutura próprios, alguns já foram implantados e outros ainda estão em fases de estudo e implantação.
Segundo Duarte (2008), o SPED é fruto de muito trabalho das autoridades fiscais que em diversos momentos, atuaram em conjunto com as empresas privadas participantes do projeto piloto.
Para Almeida (2008) o SPED é um programa que prevê a obtenção das informações junto às empresas de forma on-line. A iniciativa eliminará a troca de informações processuais entre os diversos órgãos, reforçando o controle da arrecadação e disponibilizando uma base autêntica para uso de fins lícitos pelo governo.
Para Girotto (2008), a idéia é permitir uma maior integração do Fisco em todas as suas esferas, visto que os movimentos contábeis e fiscais serão enviados para uma base de dados compartilhada por diversas entidades brasileiras.
Formalmente o SPED foi instituído pelo Decreto nº 6.022 de 22 de janeiro de 2007 e pela instrução normativa da Receita Federal do Brasil RFB n.º 787, de 19 de novembro de 2007. Para Azevedo e Mariano ( 2009) , este projeto, o governo se uniu às empresas com um objetivo comum, de colocando todos definitivamente na era da informática, mudando a forma de emissão e armazenamento de documentos fiscais, além de alterar a escrituração fiscal e contábil.
5.1 OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DO SPED
De acordo com BRASIL, (2014) os principais objetivos do SPED é a uniformização das obrigações acessórias, geração e envio de documento eletrônico oficial com validade jurídica para todos os fins, redução de custos para os contribuintes e melhoria do controle dos processos, diminuindo ilícitos tributários devido ao cruzamento de dados e auditoria eletrônica.
5.2 AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PARA AS EMPRESAS
Para Azevedo e Mariano (2009), o SPED é mais que uma alteração da forma de cumprimento das obrigações, é a alteração da “cultura do papel”, presente na sociedade, pela utilização de arquivos digitais. Espera-se que com o aprimoramento do sistema de fiscalização, a eficácia no combate a evasão fiscal aumente.
Para Duarte (2008), a vigilância em tempo real do fisco é comparada a um Big Brother Fiscal, onde o alvo é obter informações em tempo real das operações da empresa em formato eletrônico.
As empresas obrigadas à apresentação do SPED deverão aperfeiçoar a avaliação da qualidade de suas informações e dos seus procedimentos contábeis e fiscais, pois, com a entrega dos arquivos eletrônicos, elas estarão mais expostas a maiores questionamentos pela eventual adoção de procedimentos fiscais em desacordo com a legislação.
Por ser um processo novo, os impactos ocorrerão nas mais diversas áreas das empresas, que vão desde a infraestrutura tecnológica até a cultura das pessoas. Como todo processo de mudança a implantação do SPED e traz problemas variados que serão solucionados a partir da informação.
O programa prevê grandes ganhos não só pelo fisco como também pelos empresários, mas ainda não há levantamentos que tratem de mensurar os elevados custos no preparo da estrutura da empresa para tal implantação. Altos investimentos em hardwares, softwares e inúmeras horas de consultorias, tudo isso deverá ser bem planejado a fim de resguardar a empresa.
5.3 ESCRITURAÇÃO DIGITAL
Atualmente as informações requeridas pelo fisco são fornecidas por meio de um grande número de demonstrações em meio eletrônico e diferente layout, o que acarreta um aumento de obrigações acessórias ao contribuinte.
Para Azevedo e Mariano (2009) o SPED Fiscal substitui uma série de arquivos, tributos e livros fiscais por uma escrituração única. É um arquivo digital, que deve ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente SPED. É regulada pelo convênio ICMS nº 146/2006 e protocolo ICMS nº 77/2008.
E formado por um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte.
A partir de 2009 inicio-se sua obrigatoriedade, para os livros fiscais de registro de entradas, registro de saídas, registro de apuração do ICMS, registro de apuração do IPI e registro de inventário.
O SPED possui um plano de contas referencial e layout próprio que devem ser seguidos, sendo assim, o arquivo enviado fora das especificações não é considerado. Vale lembrar que depois de autenticada, a escrituração não pode ser modificada e nem substituída, qualquer alteração invalida a assinatura digital.
O projeto EFD está apresentado conforme a figura 1.
Figura 1 - Projeto SPED Fiscal
O contribuinte gera o arquivo através de seu sistema contábil/fiscal, converte em arquivo eletrônico (txt) conforme layout padrão para a ECD e EFD.
Utilizando o certificado digital, o representante legal efetua a assinatura digital e eletronicamente autentica os livros na Junta Comercial, enviando os arquivos pela internet com o programa validador (PVA) à Receita Federal, que devolve um protocolo de recebimento, valida e dispõe o movimento no banco de dados que posteriormente é enviado à Secretaria de fazenda (SEFAZ) de onde for o contribuinte.
6. METODOLOGIA DE PESQUISA
Para SILVA, (2003), o desenvolvimento de um trabalho científico é necessário usar uma metodologia que trata as formas de se fazer ciência, responsável dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos.
A seguir será apresentado como se desenvolveu a estrutura da pesquisa e os procedimentos metodológicos empregados em busca de resultados.
Os objetivos deste estudo apresentado, pode ser considerado como uma pesquisa exploratória, pois proporciona maior familiaridade com o problema, com intuito de construir hipóteses, aprimoramento das ideias ou descobertas de intuições (GIL, 2002 FALTA A PAG), e segundo Raupp e Beuren, “por meio do estudo exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade o assunto de modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes para a condução da pesquisa” (2004, p. 80).Visto que foi feito um levantamento bibliográfico e aplicado com pessoas que têm experiência com o assunto SPED e, posteriormente, análises e conclusões do problema levantado. Desta forma, foi realizada uma pesquisa qualitativa, onde não se faz necessário a utilização de métodos e técnicas estatísticas. Segundo Gil (1998), “utiliza-se o ambiente natural para coleta de dados, onde se pode analisar mais profundamente o fenômeno estudado.”
FA pesquisa de se deu por meio de entrevistas com as áreas envolvidas no processo de implantação, ou seja, com o Controller e o contador, com perguntas necessárias e bem estruturadas para realização da pesquisa. De acordo com Gil (1999), “Os procedimentos mais usuais para a coleta de dados em um estudo de caso são a observação, a análise de documentos, a entrevista e a história de vida da empresa.”
7. HISTORICO DE ESTUDO
A presente pesquisa foi realizada em uma única empresa. Para preservar a identidade da empresa, neste artigo, ela será tratada de PPC. Trata-se de uma empresa que atua no ramo da indústria de pré-moldados, instalada no território paraense, seu regime de tributação é o Lucro Real para apuração de Imposto de Renda e Contribuição Social e o Débito e Crédito para apuração do Imposto Sobre Circularização de Mercadoria e Serviço (ICMS), ela possuir 3 filias sendo duas no Estado do Pará e uma no Estado do Ceara.
Para verificar quais os impactos da implantação do SPED na empresa XX, foi realizada uma entrevista aos gestores da Empresa PPC, e a literatura do conteúdo, e para atingir o objetivo geral, foi necessário, levantar os impactos ocorridos na gestão empresarial e tributaria da empresa.
8. ANALISE DOS RESULTADOS
Para verificar quais os impactos da implantação do SPED na empresa XX, foi realizada uma entrevista com o Controle e com o Gestor administrativo e de a fim de obter informações relevantes sobre o processo de implementação deste sistema. Ao perguntar ao controle, como a empresa se preparou para a implantação do SPED, ele respondeu que participaram de várias palestras e seminários, fizeram leitura diária de informativos específicos sobre o tema e houve um investimento em tecnologia e também na capacitação dos funcionários, pois para a implantação do SPED a empresa precisou implantar novas rotinas de trabalho. Ao ser questionado sobre quais as principais mudanças ocorridas na parte de TI, o Gesto Administrativo informou que a empresa teve que adquirir softwares, hadwares e contratar mão de obra especializada para implantação do sistema. Com isso, evidencia-se a importância da informação dos envolvidos no processo de preparação para tal implantação e como é fundamental buscar o preparo adequado e estar atualizado sobre o assunto.
Sobre o profissional contábil, foi perguntado para os dois entrevistados, qual foi á importância daquele no processo. Para o Controller, o profissional contábil é peça chave para sucesso de todo o processo. “... a única forma de garantir o sucesso foi a partir da participação efetiva dos profissionais da Contabilidade, pois os confrontos e validações das informações tinham que bater com as apurações de tributos. O profissional contábil teve que assumir as “rédeas” do processo e conduzir a equipe para implantar e parametrizar os aplicativos conforme as necessidades da área fiscal.” Para o Gestor Administrativo o profissional contábil desempenha um papel muito importante e por isso ele deverá ter conhecimentos não só da contabilidade em si, como uma boa base de conhecimentos em informática e na legislação, pois o contador passou a ser mais exigido.
Para apurar as mudanças ocorridas na empresa, foi perguntado ao Controler, quais foram os impactos ocorridos nas áreas envolvidas e quais as principais mudanças nelas ocorridas. Segundo ele, as principais áreas envolvidas foram a Contabilidade, Logística (emissão e recebimento de notas fiscais), Suprimentos (pedidos de compras) e TI (tecnologia da informação). Todas estas áreas tiveram impactos diretos em seus processos: a Contabilidade teve que rever os CFOP das transações, classificações fiscais e forma prazo de apuração dos tributos; Suprimentos teve que rever informações como cadastros de materiais, NCM; a área de Logística teve que alterar seus processos para emissão e recebimento de notas fiscais procurando corrigir e complementar informações necessárias para a geração dos arquivos digitais. A área de TI teve que rever seus processos de back-up, disponibilização de internet eficiente, horários de trabalhos dos funcionários, troca de equipamentos e treinamentos para as novas tecnologias.
Por ser um processo novo foi questionado sobre as principais vantagens e desvantagens que poderiam ser elencadas com a implantação do SPED. Como “vantagens” a empresa considerou a eliminação de erros nas emissões de notas fiscais, atualização de cadastros de materiais, fornecedores e clientes, eliminação de impressão e encadernação de livros fiscais e como “desvantagens” altíssima dependência da área de TI e aumento considerável dos custos: aquisição de equipamentos de informática mais potentes e com maior capacidade de armazenagem, aquisição de novos softwares para geração dos arquivos, contratação permanente de consultores especializados nos novos softwares para solução de problemas tecnológicos, aquisição e contratação de novos softwares e consultores para auditar e conferir a enorme quantidade de informações digitais geradas.
Para sabemos as mudanças ocorridas na gestão empresarial da empresa foi perguntado, quais mudanças ocorridas na forma de gerencia a empresa, para o Gestor Administrativos, as tomadas de decisão ser tornou mais precisas e rápidas em tempo real poder-se fazer uma projeção dos valores a ser pago de impostos, do faturamento da empresa, e assim monta estratégias de aumento do faturamento, fazer o planejamento tributário.
Ao Controlle da empresa foi perguntado quais foram os impactos tributários que empresa obteve com a implantação do SPED. Segundo sua resposta foram somente impactos positivos devido à segurança das informações, que antes muitos processos eram feitos por profissionais não capacitados e o sistema adotado era lento e repetitivo por falta de um controle mais rigoroso poderiam incorrer de erros operacionais e passar desapercebidos.
Referente à customização com a implantação do SPED, os entrevistados não informação os valor gastos, alegando que são informações de uso interno da empresa e ainda afirmaram que estão em fase de adequação e correção de erros dos novos softwares implantados não tendo, portanto um valor final. Mas, diante das informações expostas pela empresa quando perguntado quais as desvantagens do SPED, percebe-se que houve aumento considerável dos custos principalmente no que tange a estruturação da empresa para receber o sistema do SPED.
Observa-se, então, que a implantação de um sistema como esse envolve muitas áreas, o que permite afirmar que é um processo de várias mudanças, não só na contabilidade como nas demais áreas aqui mencionadas. A Contabilidade não trabalha por si só, qualquer alteração nela influencia direta ou indiretamente a empresa como um todo.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na literatura e na aplicação da entrevista, foram identificados vários impactos e mudanças na gestão da empresarial e tributaria da empresa, foi constatado que o SPED contribui muito nesta área, tendo em vista os principais resultados encontrados são, a facilidade de fazer um planejamento tributário, o controle e a rapidez em geras as informações para tomada de uma decisão, a possibilidade do contador apurar o imposto semanalmente, visto que é um documento online e entre outros benefícios.
Também foi constatado que os colaboradores envolvidos no processo corroboram com aumento da agilidade das informações corretas e a confiança nas informações transmitidas ao profissional contábil, desta forma diminuirá o tempo utilizado, do contador, com processos operacionais, dedicando mais seu tempo com trabalhos de cunho mais gerencial, redução de custos, aumento da facilidade de se fazer um planejamento logístico.
10. RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
Recomenda-se, para futuros trabalhos ao tema abordado, tendo como base os resultados obtidos, que pesquisas nesta área sejam contínuas. Assim, apresentam-se como sugestões para próximos trabalhos:
Fazer o estudo em empresas de grande porte;
Fazer um estudo do custo de implantação do Sped em micro e pequenas empresas;
Fazer o estudo sobre a necessidade de sistemas de informação gerencial específicos para micro e pequenas empresas.
Estudo sobre a visão geral dos profissionais da área de contabilidade quanto à alteração das rotinas dos escritórios de contabilidade após a implantação integral do Sped.
11. REFERENCIAS
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BEUREN, Ilse Maria. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003.
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CARVALHO, Jerffeson C. de. SPED – Sistema Público de Escrituração Digital –Impactos na contabilidade das empresas. Disponível em :http://www.netlegis.com.br/indexRC.jss. Acesso em 20 de abril de 2014.
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CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo : Dando asas ao espírito empreendedor. 3 ed.São Paulo: Saraiva,2008
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DUARTE, Roberto Dias. Big Brother Fiscal III: o Brasil na Era do conhecimento.
3.Ed.São Paulo: Ideas@work,2009
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RAUPP, Mauri Fabiano; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia de Pesquisa Aplicável as
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http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis/ant2001/lei931796.htm. Acesso em 20 de abril de 2014
Disponivel em : http://www.professorcezar.adm.br/Textos/ClassificacaoMicroPequena.pdf . Acesso em 25 de abril de 2014
Autoras:
Elenara de Souza Araujo
Lindonalva Jucá Nogueira